quarta-feira, 14 de março de 2012

Ronaldo Rezende: 33 anos de amor ao esporte

 O judô de Poços de Caldas é privilegiado com grandes mestres nesta arte milenar. Ronaldo Rezende é um deles. O professor iniciou sua vida nesta arte marcial em 1979, com apenas 9 anos, e hoje leva para alunos de três núcleos da cidade um pouco de sua sabedoria. Além do Clube de Judô Poços de Caldas, Ronaldo Rezende é professor na Associação Atlética Caldense há 16 anos e na Academia Nafar, há sete anos.


Mantiqueira - Como foi seu início no judô?
Ronaldo Rezende - Em 1979, aos nove anos, comecei a treinar com o sensei Matsuo. Lá se vão 33 anos de parceria e tudo que aprendi no judô foi com este grande mestre. O sensei Matsuo ainda me abriu portas, pois me apresentou na Caldense, em 1996, e lá comecei a ministrar aulas pela primeira vez.

Mantiqueira - Você ainda treina com o Matsuo?
Rezende - Até hoje. Também o auxilio nos cursos da Liga Sul-Mineira e em algumas competições. Sempre um procura aprender com o outro.

Mantiqueira - Que lições você aprendeu como o sensei Matsuo?
Rezende - Comecei a treinar com o sensei Matsuo motivado pelo meu pai, que me levou até o judô e depois insistiu para que eu continuasse treinando. Meu pai foi um apoio muito importante que tive naquela fase da minha vida. Ele sempre participou e esteve junto comigo nas competições.  Com o tempo o sensei Matsuo se tornou meu segundo pai. O que sei do judô hoje, e o que sei da vida, devo aos meus pais e ao meu professor de judô. O Matsuo ensina com atitudes. Ele nunca foi de parar e conversar, explicar alguma coisa da vida para ninguém. A gente aprende com ele vendo sua maneira de lidar com o judô e com as pessoas. Um grande homem e para mim uma referência, tanto no esporte, quanto na vida. Ele me cobra muito. Se fico um tempo sem ir à academia, ele me liga e me cobra presença. Ele não quer saber se você tem compromisso ou não, ele quer você treinando. Sempre foi muito exigente. Esta postura dele fez com que eu também me cobrasse muito em minha vida. Ele quer que você seja uma judoca técnico, mas também que tenha muita responsabilidade, seja correto e honesto, valores que a gente leva em tudo que faz nesta vida.

Mantiqueira - Qual a importância do judô na vida dos jovens?
Rezende -  O judô é tão importante para a crianças que é indicado por pediatras e psicólogos. No judô a criança tem normas, regras, disciplinas. Ela aprende o judô e acaba levando sua filosofia para a vida toda, seja em casa, na escola, ou onde estiver. O judô traz dedicação, autoconfiança, respeito com os colegas. Tudo que se aprende no judô é aproveitado para sempre.
Mantiqueira - Você é um atleta vencedor. O que você está programando para este ano?
Ronaldo Rezende - Este ano tenho como grande objetivo disputar o Campeonato Mundial de Master, que acontece no final do ano em Salvador.  A competição será realizada no final de outubro e quero chegar lá bem preparado. Antes desta competição vou disputar os Jogos Abertos em São Paulo que serve como preparação para o Mundial. Infelizmente minha participação nestas competições só devem acontecer se eu conseguir um patrocinador para me ajudar. Este ano devo ainda disputar as Olimpíadas dos Trabalhadores pela Associação Atlética Caldense. Tenho alguns títulos nesta competição, mas não considero isto muito importante. Para mim o importante é participar, fazer uma boa apresentação.

Mantiqueira - Você falou em patrocínio. Como você vê o apoio ao judô de Poços de Caldas?
Rezende - O esporte de alto nível é muito complicado pois gera muitas despesas. Sem apoio financeiro é praticamente impossível. No caso das disputas locais e regionais, o apoio da Secretaria Municipal de Esportes em Poços de Caldas é bom, não podemos reclamar. Recentemente foi reformado o Clube de Judô Poços de Caldas, o próprio espaço do clube é muito bom, as inscrições, anuidade dos atletas, registros na Liga Sul-Mineira são todos pagos pela Prefeitura. Eles ajudam ainda em alguns custos em campeonatos mineiros.  Comparando com outras cidades do sul de Minas que a gente acompanha, estamos muito bem. Agora, se o atleta quiser competir de alto nível, disputar competições mais difíceis como Paulista ou outros campeonato maiores, realmente falta apoio. Mas acho que esta falta de apoio não é só da Prefeitura. As empresas deveriam valorizar mais os atletas locais. Acho que todo atleta de uma cidade que se destaca, e aí não só no judô, deveriam ter um reconhecimento maior. A maioria dos atletas trabalham e tem que treinar e disputar competições. Fica muito complicado aliar tudo isto. Infelizmente apoio ao esporte sempre está em  falta.

Mantiqueira - Qual sua rotina de treinamentos nos três núcleos?
Rezende - Na Caldense é para sócios e alguns convidados que levamos durante a semana. Na Academia Nafar os treinos são duas vezes por semana e estou com bastante alunos. Todo sábado treino ainda no Clube de Judô. Gosto muito do judô e consigo conciliar tudo numa boa. Quero levar um pouco do que sei para o maior número de pessoas possível. Poços de Caldas é abençoada com boas opções. Temos professores muito competentes e as opções são inúmeras.

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